Rio
de Janeiro, 4 de junho de 2015
A
marca de se pensar sobre a marca. Renuncio a vaidade de pensar sozinha e
apareço como aquele outro que pensa meu pensamento. E aí o pensamento não é
mais somente meu.
Ter
ciúmes do que se pensa é algo comum? É algo com que deva me preocupar? Não sei...
Mas também já não me importa.
Escrevo
duas ou três linhas a cada dia. Pode ser muito. Pode ser bom, pode estar bem
assim. Pois, afinal, o que é tudo isso que ocupa cinquenta páginas de linhas?
Se forem cinquenta linhas de uma hora, eu aceito. Se forem cinquenta linhas de
horas descritas, eu me chateio. Não tenho paciência para descrições obsessivas.
Não tenho sangue para o que não tem sangue.
Escuto
o barulho lá fora, a rua me chama para um café. Penso que seria bom tomar uma
sopa e ver as pessoas passando. Pessoas com seus cachorros. Pessoas com seus cigarros e maridos. Eu
deveria arrumar um marido para alimentar e um cachorro pra passear. Deveria ter
filhos e escrever um bendito livro. Poderia fazer uma bela dedicatória: “ Ao
meu amor, que me viu ensandecer nas madrugadas sem sono e, ainda assim, não
sabe nada sobre mim.”
Ana
Gabriela
Sem
cachorros e sem maridos
...aí deu vontade de café.
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