Os balões eram todos tão coloridos!
Todos tão vivos!
─Quero
o cinza, papai!
─Minha
princesa... cinza é tão... tão...
─BUUUMMM!
─Bum?
Cinza é tão sem graça, filha... Tão sem vida! Escolhe o cor de rosa, o amarelo
sol, o azul estrela.
─Deixa
eu pensar, papai... _ A menina saltitou
uns passos e depois virou-se decidida em direção ao pai.
─Já
escolhi! Quero o cinza chuva!
O pai ainda relutou, mas a menina
acabou por levar o grande balão cinza. E assim saiu saltitando sua filha: toda
vestida de verde, óculos coloridos, a boca suja de sorvete e um grande balão
cinza sobre a cabeça. Olhando assim, a menina parecia um grilinho que sai para
brincar no auge das cores: depois de um banho de tempestade.
Ana Canelita Tempestade